Adolescência e seus conflitos .
A
Adolescência por si só é uma fase de grandes transformações e descobertas, o
que até tão pouco tempo este não tinha o saber sobre si, Afinal quem mantinha
este saber eram os pais e agora é tomado de grandes responsabilidades,
responsabilidades estas por muitas vezes não fora preparado.
Para
o mundo ocidental o adolescente por vezes é visto como aquele ser estranho
chato, desengonçado, chamado erroneamente de “ABORRECENTES”. Então vamos
entender o porquê:
No mundo não ocidental a adolescência a passagem da infância para a
vida adulta acontece de forma tranquila, amparada por rituais socialmente
estabelecidos, fazendo com que esta mudança seja vivida de forma coletiva,
ritualizada, tradicional. Além disso, é transmitida de uma geração a outra por
séculos.
Nas sociedades ocidentais que se caracterizam pela globalização e pela
emergência de modalidades complexas nos papéis sociais em função da
sofisticação do trabalho, ocorre, de um lado, um alargamento do tempo da
formação profissional, que chega até os 25 anos ou mais e, de outro, a
antecipação do término da infância. A adolescência, assim, torna-se um período
ampliado. Nas sociedades modernas, o adolescer passou então a ser um processo
vivenciado de forma individual, de acordo com os ideais de liberdade e
singularidade reinantes. Assim, todas as dificuldades que envolvem a passagem
da infância para a vida adulta terão de ser vividas pelo jovem solitariamente. Com
as transformações físicas e psicológicas, o adolescente e quem compartilha de
sua vida veem-se mobilizados a criar formas de se estabelecer na vida adulta.
Sem rituais, cada um vai viver esse processo de forma única.
A necessidade de "ritualizar" a passagem vai ser então considerada
problemática, e isso torna-se "o" adolescer. Daí o importante
conceito de "síndrome da adolescência normal", de Aberastury e
Knobel. O que antes era coletivo e tradicional hoje é "patológico e problemático".
O que antes era marcado pelo amadurecimento biológico, e finalizado por um
ritual de iniciação, hoje é vivido singularmente e de forma muito
diversificada: é o primeiro beijo, a iniciação sexual, um piercing, uma
tatuagem, uma viagem sem os pais. Dentre essas diversas formas de adolescer
encontramos as mais problemáticas, as mais sofridas, e também as patológicas. Porém,
se torna difícil a diferenciação entre o normal e o patológico, e promove-se
muita estigmatização patologização diante dos estranhos comportamentos dos
jovens.
O conceito de "síndrome da
adolescência normal" foi criado para evidenciar exatamente este aspecto:
na passagem da infância para a vida adulta, mais do que um período de tempo, o
sujeito terá de cumprir a tarefa de viver os lutos pela perda do corpo infantil
e dos pais da infância, ressituando-se subjetivamente como adulto. Aqui devemos
ressaltar a presença da palavra "luto", que revela a perda de algo
muito valioso. Essa perda é vivida com grande sofrimento, mas temos de criar
meios de substituí-la por novas aquisições reais, imaginárias e simbólicas. Ser
do contra, ter manias com alimentos diferentes, vestir-se de forma estranha,
cultuar ídolos, passar a gostar mais dos amigos; que dos pais, conhecer novas
religiões e até mesmo experimentar variadas formas de ser, todas essas
vivências são comportamentos que fazem parte do processo de experimentação para
encontrar a forma nova do ego. Estar meio deprimido, chorar sem motivo
aparente, ser alegre de forma exagerada, reivindicar atitudes inesperadas dos
pais são parte dessa elaboração do luto. O processo também é vivenciado com
angústia, depressão e agressividade.
A passagem da infância para a
adolescência acaba sendo de forma abrupta e impactantes em todas as áreas da
vida do sujeito, o que na infância eram de certa forma poupados e
infantilizados com gestos e palavras socialmente aceitos, tais como “tadinho,
deixa, ele é só uma criança”, na adolescência ele é bombardeado com
responsabilidades e ameaças, é retirado de um dia para o outro das suas
vontades e fantasias da vida infantil, como se agora ele vivesse em um mundo à
parte da nossa sociedade.
Então o que devemos fazer?
Quais os conflitos da adolescência e
como ajuda-los nesta fase de transição?
1-
Mudanças no corpo físico: Um momento de muitas
mudanças principalmente no seu corpo físico, alteração hormonal, braços,
espinhas...enfim tudo muda, livre-se de gozações, é preciso entender este
processo que muitas vezes o adolescente pode até brincar com isso, mas na
verdade ele se sente estranho, viva esta fase com ele.
2-
Necessidade
de se identificar com um grupo: na adolescência é a faze de estranhamento,
introspecção e a busca de si mesmo dos seus valores, nesta idade que vai dos
11/12 aos 17 anos. Neste momento já não se identifica com os pais, pois os
julga como ultrapassados, então a busca de si mesmo, de encontrar pessoas com
os mesmos ideais vão em busca de grupos, como uma espécie de clã, tribo com a
qual possa se identificar, e é ai a influência que os outros exerce sobre o
adolescente. Busque estes adolescentes para sua casa, faça festas, churrascos,
e etc.
3-
Problemas na escola: talvez precise da
ajuda de um profissional, para enfrentar toda esta situação de insegurança e
baixa alto estima.
4-
Notas baixas e reprovação – reprovação
no vestibular- apoio familiar sempre, a estória de que se você tivesse estudado
mais... bom ele já está sofrendo o bastante, e está na hora de se
responsabilizar pelas consequências
5-
Namoro e sexo: tudo vai depender da
educação e dos valores que fazem parte desta família, mas de qualquer forma de
haver um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e
filhos exige escuta atenta, livre expressão de sentimentos e busca ativa de
entendimento mediante negociação e compromisso. Deixar bem claro sobre quem vai
cuidar da criança caso venha acontecer uma gravidez, neste momento é estritamente
necessário e que se faça entender que o adolescente é que vai parar a vida, e
todas as mordomias caso aconteça.
6-
Brigas entre pais e filhos :Para manter, constantemente, uma boa relação com os filhos é
preciso paciência e muito jogo de cintura. O equilíbrio entre a amizade e
autoridade é um dos desafios que os pais devem buscar todos os dias. “É preciso
cuidado para não confundir autoridade com autoritarismo. A relação deve
basear-se no afeto emocional também, favorecendo o elogio e evitando críticas
constantes.
7-
A adolescência pode ser muito traumática para
um jovem que já tenha dado mostras de fragilidades do EGO. As transformações
físicas e psicológicas vão resultar numa fragmentação do ego ( EU) violenta. É
por isso que na adolescência costumam ocorrer problemas de saúde mental
importantes, tais como anorexia, esquizofrenia, pânico, depressão
(principalmente a depressão manifestada por sintomas agressivos), todos tendo
como desencadeantes dificuldades no processo da passagem da infância para a
iniciação da vida adulta que é a adolescência, assim , existe uma via de mão
dupla: o adolescente recusa a tarefa do caminho para a vida adulta, e os pais,
em conjunto ou isoladamente, recusam-se a ver o filho crescer e seguir sua
própria vida. Não é de estranhar que o suicídio possa ser visto como uma forma
de aliviar o trauma que o adolescer pode representar para um determinado
sujeito.
8-
A internet e mídias sociais:
Como para o adolescente este é um momento de estranheza e solidão, as mídias
sociais e jogos servem como um paliativo para a inserção em grupos, o que pode
parecer para os pais algo positivo, já que o adolescente fica em casa e
supostamente “quieto” e longe dos perigos do mundo. O adolescente precisa de
socialização e contato com novas experiências reais. É preciso inserir jogos e
um convívio harmonioso familiar, não espere que o adolescente vá diretamente
para o mundo adulto, vá ao encontro deste jovem e permita-se viver esta fase
com ele.
9-
Iniciação em drogas e álcool :Hoje
vejo uma educação muito permissiva e tolerante, os pais por se sentirem
culpados por causa do tempo, acabam por
serem permissivos, o que faz com que o
adolescente não assuma compromissos e responsabilidades, simplesmente tenha
vontades, sem assumir responsabilidades,
e se der algo de errado meu pai / mãe assume esta responsabilidade, eu
não preciso me preocupar! vai as ruas ganha espaço, faz amizades, desafia a si
mesmo, são regidos pelo princípio do prazer.. Nas ruas, ele não está preocupado
com responsabilidade, pois não possui esse antecedente em sua formação. O uso
da droga estará regido pelo princípio da vontade. e do prazer'. Se a família for
desestruturada, ela não conseguira segurar esta situação sozinha.
10- Dificuldade
de conseguir dinheiro – mesada. A mesada precisa ser merecida, assim como em um
trabalho, lavar o carro, cuidar do jardim, quarto sempre arrumado... não é
simplesmente soltando dinheiro, ele deve entender que existe um esforço e
merecimento.
Desta forma comparo a vida e a dinâmica familiar a uma orquestra, onde todos, cada um com seu instrumento, só podem chegar a uma harmonia com base no repeito, paciência, amor e admiração mutua.
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Desta forma comparo a dinâmica familiar a uma orquestra, onde todos, cada um com seu instrumento, só podem chegar a uma harmonia com base no repeito, paciência, amor e admiração mutua. |