FISICA QUÂNTICA E PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
REGINA BEZERRA CARVÃO
Eduardo Gianetti
A opinião diz quente ou frio, mas a realidade são átomos e espaços vazios.
Não importa o que seja: Antes de tudo pergunte a si mesmo se você conhece algo e você terá sérias razões para começar a duvidar.
Antes de tudo cabe indagar, o que é conhecer? Depende é claro do nosso grau de exigência.
Com o saber cresce a dúvida.
Não é só a beleza que está nos olhos de quem a vê. Todas as sensações de dor e prazer, tudo o que pensamos, sentimos e sonhamos, todas as nossas percepções sensoriais de luz, cor, som, gostos, cheiros, calor e frio, em suma, tudo que é mental não pertence a realidade objetiva e está para ela assim como, para retomar a analogia sugerida por Descartes em Le Monde, o nome das coisas está paras as próprias coisas. O calor não está na chama, a doçura não está no doce. Se alguém roçar levemente uma pluma em sua axila ou sola do pé, você sentirá uma sensação formigante de cócegas. A realidade dirá Descartes, é a ação da pluma sobre a pele e o nervo e toda a cadeia de processos neurológicos mensuráveis que essa ação deflagra. Os efeitos subjetivos dela – nossa experiência íntima dessa fricção inocente – não passam de cócegas mentais.
Há um hiato instransponível entre o ver de fora da abordagem científica e o ver de dentro de quem sente, pensa e vê. Por mais que avance a análise objetiva dos processos neurológicos, por mais que se aprimorem as técnicas de observação de ressonância magnética, da eletroencefalograma e da neurovisualização em geral, o conhecimento científico gerado continuará sendo inescapavelmente externo de quem está sendo investigado.
A conclusão básica do argumento sobre o hiato entre a objetividade perseguida pela ciência, de um lado e a subjetividade da experiência humana, de outro, é a tese de que não se pode esperar do progresso do conhecimento científico o que ele não pode oferecer.
Nada é o que parece: assim como o homem primitivo viveu num mundo de sonho em relação aos fenômenos da natureza, também nós ainda vivemos num mundo de sonho em relação a nós mesmos e pouco ou nada sabemos sobre as causas verdadeiras de nossas ações na vida prática.
Vivemos, de modo indeclinável, imersos em subjetividade. As perguntas fundamentais do auto-conhecimento – quem sou? O que realmente desejo? O que devo fazer da minha vida? Qual o sentido de tudo isso? – estão fora do escopo e do projeto constitutivo da ciência. Imaginar que ela será algum dia capaz de atender a nossa demanda de auto-conhecimento, valores e inteligibilidade é como esperar que um transmissor de fax interprete o sentido de um texto ou que um cego de nascença nos ilumine sobre a natureza das cores.......
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