quinta-feira, 8 de maio de 2014

Adolescencia e seus conflitos

A ADOLESCÊNCIA E SEUS CONFLITOS



Dra. Claudia Calil
Psicologia/ Neurociência e Medicina Psicossomática

A Criança não têm o saber sobre si mesma e sobre o mundo que está a sua volta, cabe aos pais estes ensinamentos. Neste momento, são passados os valores e os princípios que irão reger a vida desta criança e o futuro adolescente, pois não adianta falar com a criança sobre determinado assunto e agir de outra forma, como exemplo: falar que é errado mentir e ser desonesto e ser contraditório. O antigo ditado e muito conhecido por todos: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", não adianta, pois a criança aprende com os nossos comportamentos. Mesmo quando criança, devemos dar atenção aos seus sentimentos e ouvi-los, ter qualidade quanto ao tempo em que se passa com a criança.

O Limite sempre deverá estar ligado a ação, exemplo: o adolescente/ criança pede para ir a uma excursão do colégio, os pais devem conversar com ela e dizer o porquê que ele não poderá ir. Deve deixar claro para a criança/ adolescente o porquê, que pode ser desde o conteúdo do passeio, filme festas e etc. Se neste momento o adolescente/ criança começar a fazer birra, pirraça, a fazer insistências, “bate boca” e barganhar, este é o momento de parar, e não entrar no jogo da criança/ ou adolescente.

ESTE É O LIMITE!!!  É JUSTAMENTE O QUE ELE QUER, E QUE ELE NAO PODE TER!

Estamos vivendo hoje uma geração de uma juventude sem limites, que não conhecem realmente os valores e os princípios, tais como: a honestidade e a integridade. Adolescentes enganando os pais facilmente, por sua vez os pais estão “cansados” e se sentem culpados.

São várias fontes externas que acabam por influenciar nossos jovens, são jogos, mídias sociais, artistas, atores, entre outros, e que não sabemos de que forma ele está absorvendo tudo isto.
 É preciso a presença dos pais, participando do cotidiano deste adolescente.

A experiência de vida e o amor dos pais pelos filhos, são fatores importantes para o bom relacionamento familiar. Compete aos pais facilitar esse relacionamento com flexibilidade e espírito jovial. Educar com liberdade e ensinar a administrá-la com responsabilidade, é a melhor forma para desenvolver a confiança e consolidar a amizade entre pais e filhos.
A forma de comunicação tem um impacto muito grande na saúde física e mental dos membros da família, pois influencia na maneira como as pessoas lidam com as emoções. Pode afetar as atitudes, a auto-estima e a reação a situações estressantes. Se não existir o prazer do relacionamento afetivo e uma convivência harmoniosa e saudável, este é o momento de buscar ajuda profissional.
Atualmente, um dos maiores conflitos entre pais e filhos se dá no aspecto material. O pai e a mãe que não dedicam muito tempo e atenção aos filhos, acabam tentando compensar sua ausência com recompensas materiais. Esses pais desconhecem que as crianças não desenvolvem suas relações apenas em termos de tempo, mas também pela forma como se desenvolvem essas relações.
Os pais que têm dificuldade de demonstrar afeto, reforçam ainda mais os conflitos. A criança que percebe o sentimento de culpa ou a dificuldade dos pais em demonstrar afeto, poderá manipular e fazer chantagem emotiva para obter mimos ou regalias.

Alguns conflitos são inevitáveis, mas muitos podem ser solucionados com um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e filhos, exige escuta atenta, livre expressão de sentimentos e busca ativa de entendimento, mediante negociação e compromisso. Não é fácil desenvolver a habilidade de comunicação, mas trabalhar para isso produz recompensas imediatas e a longo prazo.

 A Postura dos pais diante de alguns conflitos:

1 - Exposição de fotos íntimas na internet - A família deve conversar com o/ a adolescente, sobre exposição e as consequências;

2 - Humilhação na escola - Talvez precise da ajuda de um profissional, para enfrentar toda desta situação de insegurança, da baixa autoestima, para que este, possa enfrentar toda esta situação;

3 - Notas muito baixas e reprovação (reprovação no vestibular) - Apoio familiar sempre, a história de que se você tivesse estudado mais... bom ele já está sofrendo o bastante, e está na hora de se responsabilizar pelas consequências;

4 - Namoro que começa muito cedo (sexo) - Tudo vai depender da educação e dos valores que fazem parte desta família. De qualquer forma há a necessidade de ter um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e filhos, exige escuta atenta, livre expressão de sentimentos e busca ativa de entendimento, mediante negociação e compromisso. Deixar bem claro sobre quem vai cuidar da criança caso venha ocorrer uma gravidez, pois neste momento é estritamente necessário que se faça entender com uma conversa muito “clara”, dizendo que será ele (o adolescente) que terá uma mudança radical em seu estilo de vida e todas as mordomias.  Caso aconteça uma gravidez não planejada, deve-se deixar claro as reponsabilidades e prioridades que agora serão outras. A prioridade e a responsabilidade passa a ser cuidar, digo em todos os sentidos , de um bebê, Jamais os pais devem assumir a responsabilidade de criar e sustentar essa criança, pois casso isso não ocorra, dará margem ao adolescente de que ocorra outra gravidez inesperada;

5 - Garotas que aos 12 anos já querem mudar o corpo (SILICONE, LIPOASPIRAÇÃO, dentre outros meios.) - Os pais que têm dificuldade de demonstrar afeto reforçam ainda mais os conflitos. A criança que percebe o sentimento de culpa ou a dificuldade dos pais em demonstrar afeto poderá manipular e fazer chantagem emotiva para obter mimos ou regalias. Desta forma, deve ser proibido, afinal ela ainda está se reconhecendo com todas as mudanças em seu corpo;
6 - Amor não correspondido - O sofrimento do adolescente é real, não menospreze ou faça pouco caso, converse, acolhendo-o carinhosamente, tendo uma escuta atenta e flexível;

7 - Separação dos pais - Que os pais deixem muito “claro” para a criança e/ou adolescente, que não é o “fim do mundo” e que eles não irão morrer por causa da separação, afinal é a mulher e o homem que estão se separando e não o pai e a mãe, ou seja, a mãe e nem o pai estão se separando dos filhos. Os pais devem proteger e amenizar no que for necessário para que não transmita para a criança e/ou adolescente em questão, o que o homem e a mulher estão vivenciando, no caso de ANIMOSIDADES E HOSTILIDADES, afinal A FIGURA QUE OS PAIS REPRESENTAM, DEVEM SER MANTIDAS;

8 - Violência dentro de casa - NINGUÉM DEVE CONVIVER COM ESTE MAL, É PRECISO DENUNCIAR;

9 - Brigas entre pais e filhos - Para manter, constantemente, uma boa relação com os filhos, é preciso paciência e muito “jogo de cintura”. O equilíbrio entre a amizade e a autoridade é um dos desafios que os pais devem buscar todos os dias, constantemente. “É preciso cuidado para não confundir autoridade com autoritarismo”. A relação deve basear-se no afeto emocional, também favorecendo o elogio e evitando críticas constantes;

10 – Homossexualismo - É preciso muita cautela neste momento para saber o que realmente está acontecendo. Escutar atentamente  o jovem, afinal a família, continua sendo o alicerce de qualquer pessoa que tenta viver uma vida digna. Sendo assim, o homossexual também deve contar com esta família, para ter dignidade num mundo ainda preconceituoso, e que pode muitas vezes não aceitar o homossexual, esquecendo–se do ser humano que existe dentro dele;

11 - Iniciação em drogas e álcool - Hoje vejo uma educação muito permissiva e tolerante e, os pais por se sentirem culpados por causa do tempo, acabam sendo permissivos, favorecendo que o adolescente não assuma compromissos e responsabilidades, simplesmente tem vontade, e se der algo de errado meu pai/ mãe assumem esta responsabilidade dizendo: “Eu não preciso me preocupar!” Vai às ruas “ganha espaço”, faz amizades, desafia a si mesmo, são simplesmente regidos pelo “princípio do prazer”. Nas ruas, ele não está preocupado com responsabilidade, pois não possui esse antecedente em sua formação. O uso da droga estará regido pelo princípio da vontade e do “prazer.” Se a família for desestruturada, ela não conseguirá segurar esta situação sozinha;

12 - Dificuldade de conseguir dinheiro(mesada) – A mesada precisa ser merecida, assim como em um trabalho, como: lavar o carro, cuidar do jardim, quarto sempre arrumado... não é simplesmente “liberando” dinheiro. Ele deve entender que existe um esforço e merecimento, e assim dará mais valor pelo que irá conquistar por mérito próprio;



13 – Timidez - Respeite o adolescente, esta é uma fase de estranhamento e muitas mudanças do próprio corpo, pensamentos e atitudes;

14 – Solidão - Os pais devem ficar muito atentos se é desta fase de introspecção ou se tem algo, como o de não estar sabendo lidar com estes conflitos internos, talvez seja o momento de buscar ajuda profissional;



15 - Necessidade de se identificar com o grupo - Na adolescência é a fase de estranhamento, introspecção e a busca de si mesmo e de seus valores, e esta idade será entre os 11/12 aos 17 anos. Neste momento já não se identifica com os pais, pois os julga como ultrapassados. Então a busca de si mesmo, de encontrar pessoas com os mesmos ideais, eles vão em busca de grupos como uma espécie de clã e/ou tribo com a qual possa se identificar, e é aí a influência que os outros exercem sobre ele. Busque estes adolescentes para sua casa, faça festas, churrascos, esportes, dentre outros. Cabe aos pais participar da vida deste adolescente, não tente traze-lo para o seu mundo, vá para o mundo dele, faça atividades com seu filho.

16 - Adolescentes que saem de casa fugidos em busca de aventuras - A necessidade de conhecer o mundo através dos seus próprios olhos e ter suas próprias experiências, é uma atitude extremamente saudável, afinal esta é a fase do descobrimento, onde o adolescente irá unir os valores ora introjetados na infância com o eu este observará em seu novo mundo. É uma fase muito difícil para o adolescente tanto hormonal, social e psicológica. É comum ouvir jargões como a fase da “arborescência” um jargão muito pejorativo já que não vem acrescentar em nada a vida do adolescente, muito pelo contrário, causa indignação e muitos preconceitos, em relação a fase tão delicada que esta vivenciando. É preciso lembrar que quem tem a responsabilidade são os pais diante deste adolescente, assim deve-se deixar claro que ele é livre para fazer suas escolhas, mas cada escolha implica em uma responsabilidade que ele terá que arcar, não só para consigo mesmo mas também para com a vida.
Para aqueles que buscam liberdade sem responsabilidade, o que acarreta prejuízos físicos, mentais e psicológicos, que somente após algum tempo, podem chegar a conclusão, que não conquistaram seus objetivos propostos. Por isso a intervenção dos pais se torna crucial, já que o retorno a casa é um pedido de ajuda, e só o amor incondicional de seus pais com o apoio e da Psicologia e da medicina, juntamente com sua força de vontade, é que este ser humano poderá ser reinserido ao convívio social.            


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