terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Menestrel - William Shakespeare


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Cuide de você, cuide do seu fígado.



Faça o seu fígado feliz!


O nosso maior órgão interno é também o mais importante. O fígado metaboliza todas as substâncias que entram no organismo para que mantenha a sua saúde, fique livre de doenças e feliz.
Veja estas dicas para ajudar o seu fígado a fazer melhor o seu trabalho:



  • Beba uma ou duas chávenas de chá verde todos os dias. As substâncias contidas no chá verde purificam e tonificam o fígado.
  • Beba um grande copo de água morna com 10 gotas de  limão logo de manhã.  Depura as toxinas do fígado e faz com que o sistema digestivo funcione melhor.

  • Coma fruta fresca em vez de tomar sumos cheios frutose que fazem o fígado gordo. Frutos silvestres e citrinos doces e sumarentos são particularmente benéficos graças aos antioxidantes que contêm.
  • Um pouco de açafrão nas sopas e guisados ajuda a curar as infeções do fígado. O açafrão é reconhecido há muito,  como uma especiaria com efeitos anti inflamatórios.
  • Coma mais vezes vegetais verdes escuros feitos no wok. Não só são deliciosos como também ajudam a desintoxicar o fígado das toxinas ambientais.
  • Inclua alimentos amargos na sua alimentação. Endívias, rúcula, nabiças, grelos, alface, dente de leão e abóbora estimulam a produção de bílis e fazem o fígado trabalhar melhor.
  • Use o alho. Um aminoácido chamado metionina contido no alho ajuda o fígado a trabalhar mais eficazmente e protege-o de doenças. Adicione sementes de sésamo à receita e não só obtém mais metionina como também melhora bastante o sabor.

Autoria:
http://medicina-tradicional-chinesa.com/2013/03/14/7-habitos-alimentares-para-harmonizar-o-figado/

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O sal certo faz bem à saúde!

SAL: INGERIR OU NÃO INGERIR? VILÃO OU HERÓI?

Com o uso dos termos “sal”, “sódio”, “pressão alta” e “hipertensão” é possível encontrar 17.090 artigos publicados, entre 1966 e 2001, em sites especializados na internet (MEDLINE)1. Isso mostra a complexidade em resumir e oferecer uma versão diferenciada sobre o assunto e seu papel na saúde humana.

Este artigo não representa uma recomendação médica. Favor conversar com seu médico e/ ou nutricionista antes de tomar qualquer decisão de como irá usar o sal em sua alimentação. Aqui temos um paradigma que, a princípio, pode ser chocante. Minha contribuição é a de mostrar o que está disponível na literatura, defendendo outro ponto de vista.

A recomendação para uma dieta baixa em sal (hipossódica) vem sendo uma constante como abordagem coadjuvante no tratamento da hipertensão. Por outro lado, os japoneses – os maiores consumidores de sal do mundo – também são considerados um dos povos mais saudáveis, apesar de estarem em desacordo com as recomendações sobre o uso parcimonioso do sal na dieta2.

Historicamente, esse componente revela sua importância, sendo citado, com destaque, nas escrituras do cristianismo, judaísmo e islamismo. Jesus, por exemplo, referia-se aos seus seguidores como o “sal da terra”, homenageando sua presença na dieta humana. Além disso, existem 32 citações sobre o sal na Bíblia. No Judaísmo, por sua vez, o pão de Shabat (Chalá) é mergulhado no sal como símbolo da preservação do acordo com Deus, enquanto Maomé, no Alcorão, descreve as quatro dádivas enviadas por Deus: o ferro, o fogo, a água e o sal.

Para os hebreus, chineses, gregos e romanos, o sal era valorizado tanto ou até mais do que o ouro. Curiosamente, a palavra salário foi originada do pagamento para os soldados romanos com sal (Solarium Argentums), que há 5.000 anos era uma das mercadorias mais negociadas na China. Antes da existência de refrigeradores, aliás, o sal era o meio de conservação de alimentos mais utilizado.

Todos os aspectos que caracterizam o sal não foram menosprezados pela medicina. Hipócrates (460-370 a.C.) reconhecia o poder curativo da substância. Paracelso (1493-1541 d.C.), certa vez, declarou: “O ser humano necessita de sal. Ele não pode viver sem sal. Onde não houver sal, nada permanecerá, tudo irá se deteriorar”.

Atualmente, é fácil entender o significado da frase de Paracelso. Basta lembrar que uma simples solução fisiológica de sal (soro fisiológico) é capaz de salvar vidas, sendo um tratamento muito útil, especialmente nas situações de emergência.

Assim como oxigênio e água, portanto, não existe vida sem sal. Esses três elementos são a parte mínima necessária para que a energia vital se manifeste. Elefantes, búfalos e hienas são sabiamente famosos por se deslocarem, sem importar a distância, à procura do sal para ingestão. No Quênia, não é difícil encontrar elefantes arriscando suas próprias vidas em busca de depósitos de sal no interior de minas3.

Entre os humanos, sua importância jamais foi desprezada. A Inglaterra financiava sua colonização na Índia cobrando um imposto sobre o sal consumido. Isso fez com que, na década de 1930, Mahatma Gandhi organizasse protestos contra a cobrança de taxas muito altas, o que resultou na libertação do colonialismo no país.

Durante a guerra civil americana, o Norte limitou a disponibilidade de sal para o Sul, contribuindo sobremaneira para que o resultado da guerra fosse favorável ao Norte.

No entanto, se perguntarmos hoje a qualquer pessoa na rua, ou mesmo para a maioria dos médicos, sobre a importância do sal, certamente, o consenso é de que ele é prejudicial à saúde. Por estar associado ao aumento da pressão arterial, o sal é recomendado em baixíssimas doses na dieta (hipossódica) por quase a totalidade dos profissionais de saúde.
É nesse momento que dou início ao questionamento deste artigo – sendo tão importante no passado, é possível agora afirmar que uma dieta com baixo consumo de sal previne e/ou contribui no tratamento da hipertensão e de outras patologias (doenças)?

Os estudos que afirmam que o aumento na ingestão de sal provoca a elevação da pressão arterial foram realizados em animais, utilizando de 10 a 20 vezes a mais que as doses recomendadas e isso foi feito com sal refinado (não integral). Esses resultados foram transportados para a espécie humana.

Em 1979, o governo americano emitiu um relatório em que dizia que a pressão alta era causada pela ingestão excessiva de sal, sendo, portanto, necessário adotar uma dieta de baixo consumo para combatê-la (U.S. DEPT. OF HEALTH, EDUCATION AND WELFARE. HEALTHY PEOPLE: SURGEON GENERAL’S REPORT ON HEALTH PROMOTION AND DISEASE PREVENTION, 1979).

A pesquisa mais significativa nessa área foi a Intersalt Trial, que contou com a participação de 10 mil indivíduos de 52 centros, em 39 países. Somente em quatro desses 52 centros ficou evidente que sal contribuía para a elevação da pressão arterial-  representados por dois no Brasil, formados por índios Yanomami e Xingu – e dois em Papua-Nova Guiné.

Por terem várias características peculiares, esses povos possibilitaram estabelecer uma correlação significativa. Depois de concluída, a pesquisa registrou que uma redução drástica na ingestão de sal resultou em uma diminuição mínima de 3-6mmHg na pressão sistólica e 0,3mmHg na pressão diastólica4.

O sistema de informações Cochrane – que concentra os principais dados médicos do mundo, em uma única plataforma – analisou 57 ensaios clínicos sobre dieta baixa em sal (hipossódica), em um período de 25 anos. Nesse caso, o efeito hipotensivo foi de 1,27mmHg para a pressão sistólica e 0,54mmHg para a pressão diastólica. Isso significa que uma pressão arterial de 180 mmHg (18cm) de sistólica e 95mmHg (95cm) de diastólica, com a dieta baixa em sal, foi para 178,73mmHg (17,9cm) de sistólica e 94,95 mmHg (9,49cm) de diastólica5.

Um resultado não muito expressivo, não é verdade?

O estudo The National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) é conduzido pelo departamento de agricultura americana a cada década, com o objetivo de avaliar a dieta dos americanos e quais suas consequências para a saúde. Tanto no NHANES I6 quanto no NHANES II7 houve uma redução na mortalidade cardiovascular entre os indivíduos em que a ingestão de sal era superior. O maior risco de morte encontrava-se entre os que ingeriam menos que 2.300 mg/dia7. Até o momento, essas são consideradas as duas maiores pesquisas realizadas sobre os efeitos deletérios de uma dieta hipossódica.

Em um recente estudo europeu – sobre o consumo de sódio e excreção urinária – foi avaliado o efeito do sal na pressão arterial e na mortalidade. Essa análise envolveu 3.681 indivíduos, sendo que 2.096 eram normotensos, ou seja, tinham pressão arterial normal. Os pesquisadores concluíram que o baixo consumo de sódio foi associado com uma maior mortalidade cardiovascular8.

Diabéticos também não são beneficiados pelas dietas hipossódicas. Pelo contrário. Nesses casos, nota-se um aumento de mortes tanto cardiovascular, quanto por todas outras causas9. Além disso, o baixo consumo de sal causa deficiência de magnésio, cálcio, potássio e vitaminas do grupo B10.

Magnésio e potássio, por sinal, são conhecidos pela sua ação anti-hipertensiva. O estudo NHANES, por exemplo, mostrou que a baixa ingestão de magnésio, potássio e cálcio está diretamente associada com níveis de pressão elevados. Por isso, é impossível tratar um paciente hipertenso que se apresenta com hipomagnesemia (deficiência de magnésio) simplesmente administrando magnésio e haverá um efeito hipotensivo 11.

Se o sal é tão necessário ao organismo, por que existe essa recomendação contra seu uso nos alimentos?  Esse é tema que falta discutir: há alguma vantagem terapêutica no uso do sal e principalmente do sal integral (não refinado) na prevenção e tratamento de doenças?

Minha resposta é sim! Existe uma razão para o uso do sal na nossa alimentação e sobretudo uma grande diferença entre o sal refinado (NaCl, sal de mesa) e o sal integral. No primeiro, a composição de sódio (Na) e cloreto (Cl) é maior do que a do sal integral, além de contar com a presença de substâncias químicas (branqueadores) usadas para remover as “impurezas” e deixar somente NaCl. Essas substâncias nocivas são: ferrocianeto de alumínio, citrato de amônia, silicato de alumínio, ácido sulfúrico e dextrose (glicose-açúcar refinado).

A “purificação” – retirada de minerais oligoelementos ou microminerais essenciais para o organismo – faz com a durabilidade do sal na gôndola dos supermercados seja maior. Como é do conhecimento médico, os minerais são alcalinizantes (capazes de controlar a acidez no organismo). Sua deficiência – ou mesmo a presença uma doença crônica – provoca acidose metabólica (acidez no sangue). 

Diferentemente do refinado, o sal integral (não refinado) não passa pelo processo de “purificação”, mantendo sua composição com cerca de 80 minerais e elementos, todos naturais e essenciais para o organismo. Além de conter menos sódio e cloreto, a versão integral conta com muitos oligoelementos, necessários à manutenção da homeostase (equilíbrio fisiológico), que corresponde à capacidade de o organismo apresentar uma situação físico-química característica e constante, mesmo diante de alterações no meio ambiente.

As dietas atuais, infelizmente, têm colaborado para que muitas pessoas fiquem em um estado de deficiência mineral, o que torna muito difícil, quase impossível, se livrar de uma doença crônica caso a acidez metabólica não seja apropriadamente corrigida, incluindo a hipertensão (pressão alta).

Em seu livro Salt - you way to health, o Dr. David Brownstein relata um experimento interessante, feito por sua filha Jessy Brownstein. Ao usar duas meia xícaras de água mineral (com pH 6,4) – colocando em uma delas uma colher de chá de sal refinado e na outra uma colher de chá de sal integral –, ela observou que na primeira meia xícara (sal refinado) o pH diminuiu para 6,0, enquanto que na segunda  meia xícara (sal integral - sal do mar céltico) o pH aumentou para 6,8.
Sabendo-se que o pH é expresso em uma escala logarítmica, o que houve, na realidade, foi um aumento de oito vezes no potencial hidrogeniônico (pH 6,0  vs. pH 6,8) entre a diluição do sal refinado e do sal integral. Isso, portanto, comprova que o sal integral pode ser um nutriente importante na prevenção e tratamento da acidose metabólica.

O sal refinado (38% de sódio e 60% de cloreto) ou integral (33% de sódio e 50% de cloreto) tem uma função fisiológica fundamental no funcionamento apropriado do organismo. Uma dieta baixa em sal (hipossódica) acarreta uma série de efeitos metabólicos indesejáveis, como a maior liberação de renina, angiotensina, aldostesterona, noradrenalina e insulina, substâncias essas que podem trazer consequências deletérias 12-13. Segundo o Dr. Brownstein: “o sal integral é capaz de otimizar os sistemas imune e endócrino. É impossível ter um sistema imune funcional na presença de deficiência de sal”.

A elevação de colesterol e LDL-colesterol tem sido associada a eventos cardiovasculares adversos, incluindo o acidente vascular cerebral (derrame) e o infarto do miocárdio. Uma dieta baixa em sal, segundo pesquisa, pode causar um aumento significativo (>10%) no colesterol e no LDL colesterol14. Por outro lado, a baixa ingestão de sal aumenta a resistência insulínica e, consequentemente, um aumento nos níveis de insulina e portanto um aumento na predisposição ao diabetes12.

Quando está em baixa no organismo, a deficiência do sal é capaz de aumentar em 400% o risco de infarto do miocárdio, de acordo com dados da pesquisa MRFIT, feita com 361.662 homens15. Em outro estudo, 2.937 indivíduos hipertensos foram avaliados conforme sua ingestão de sal. Os com baixa ingestão  de sal apresentaram um aumento de 430% no risco de infarto do miocárdio, em comparação aos que consumiam sal sem nenhuma restrição6.

A habilidade dos rins em eliminar o sódio está relacionada com o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que regula a excreção e a absorção de sódio nos rins, suor e trato digestório. A insulina, por sua vez, é o hormônio que envia o comando para os rins, com a finalidade de reabsorver sódio16.
Portanto, quando as pessoas são submetidas a uma dieta baixa em carboidratos, elas eliminam mais fluidos do que o normal. O aumento de carboidratos na dieta eleva os níveis de insulina e eleva a retenção de sódio. Uma dieta baixa em sal gera um aumento de insulina e da resistência insulínica com retenção de sódio e fluidos17. Esse talvez seja o motivo da dieta hipossódica estar associada a um aumento de mortalidade em pacientes diabéticos9.

O sal, curiosamente, é um agente importante na destoxificação do corpo, especialmente nos casos de toxicidade relacionada ao bromo, que pode causar desde delírios até quadro clínico de esquizofrenia18. O bromo é um elemento indesejável para a fisiologia humana.

O bromo e o cloreto competem pela excreção renal. Portanto, quando ocorre uma diminuição de cloreto no organismo, como no caso de uma dieta hipossódica, haverá concomitantemente uma maior absorção de bromo nos rins e, com isso, um aumento da vida média do bromo no sangue.

Estudos feitos em ratos têm demonstrado que uma dieta hipossódica pode aumentar a vida média do bromo no sangue em até 733% (de três para 25 dias)19. Isso, certamente, interferirá na funcionalidade tireoidiana, levando a um quadro clínico de hipotireoidismo.

Diante de todas essas informações, as conclusões pragmáticas dessa avaliação correspondem a:

• Os sais não são iguais. O sal integral tem um poder alcalinizante oito vezes superior ao sal de mesa e aproximadamente 80 minerais importantes para a fisiologia humana;
• A redução do sal na dieta afeta quase nada os níveis pressóricos e não constitui uma abordagem terapêutica muito útil no tratamento da pressão alta;
• Dieta baixa em sal leva a um aumento indesejável da resistência insulínica e a um aumento significativo de colesterol e LDL-colesterol;
• Reduzir a ingestão de sal na dieta não é a solução e tudo indica que pode causar problemas adicionais de saúde;
• O sal é um agente destoxificante que contribui para o bom funcionamento corporal e manutenção da homeostase;
• Assim como o oxigênio e a água, o sal é essencial à vida. Devemos ter cuidado para não criar um quadro de hiponatremia (deficiência de sódio), utilizando uma dieta muito baixa em sal.

A decisão de como proceder daqui por diante está em suas mãos. Lembre-se sempre de consultar seu médico e/ ou nutricionista antes de mudar seus hábitos alimentares. Recomendo que leve um impresso deste artigo.

Um pensamento para reflexão:

Lembre-se de que uma uva uma vez madura, não volta a ser verde!

Dr. Lair Ribeiro
Cardiologista/Nutrólogo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. MESSERLI, FH; SCHMIEDER, RE. Salt and Hypertension-Going to the heart of the matter. Arch Intern Med. 2001; 161(4): 505-506. Doi: 10.1001/Archinte. 161.4.505.

2. HEANEY, RP. RP. Role of Dietary Sodium in Osteoporosis. J.Am. Coll. Nutr.2006: 25, 271S-276S.

3. BOWELL, RJ et al. Formation of cave salts and utilization by elephants in the Mount Elgon region, Kenya. Geol. Soc., London, Spec. Publ, 1996. 113, 63-79.

4. SAMLER, P. Intersalt Trial. BMJ, 1996. May 18:312 (704):1249-53.
5. HE, FJ; MACGREGOR, GA. Effect of longer-term modest salt reduction on blood pressure. Cochrane database Syst. Rev. CD004937 (2004). doi: 10.1002/146511
858. CD4937.

6. ALDERMAN, MH et al. Dietary sodium intake and mortality: the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES I). Lancet, 1998. 351, 781-785.

7. COHEN, HW et al. Sodium intake and mortality in the NHANES II follow-up study. Am. J. Med.2006. 119, 275-e7-14.

8. STOLARZ-SKRZYPEK, KKTTL et al. Fatal and nonfatal outcomes, incidence of hypertension, and blood pressure changes in relation to urinary sodium excretion. JAMA J. Am. Med. 2011. Assoc. 305, 1777-1785.

9. EKINCI, EI et al. Dietary salt intake and mortality in patients with type 2 diabetes. Diabetes care, 2011. 34, 703-709.

10. ENGSTROM, AM et al. Nutritional consequences of reducing sodium intake. Ann. Intern. Med. 1983. 98 (part 2):870-872.

11. TOWSEND, MS. Low mineral intake is associated with high systolic blood pressure in the Third and Fourth National Health and Nutrition Examination Surveys: could we all be right? Am. J. Hyperten. 2005. Feb; 18 (2 Pt1):261.

12. RIO, A. et al. Metabolic effects of strict salt restriction in essential hypertensive patients. J. of Int. Med., 1993;233:409-414.

13. GRAUDAL, NG. Effects of sodium restriction on blood pressure, renin, aldosterone, catecholamines, cholesterol and triglyceride: a meta-analysis. JAMA, 1998. J. Am. Med. Assoc. 279, 1383-1391.

14. RUPPERT, M et al. Short term dietary sodium restriction increases serum lipids and insulin in Salt-sensitive and salt-resistant normotensive adults. Klin. Wochenschr. 1991:69: suplls. XXV: 51-57.
15. ALDERMAN, M. Low urinary sodium is associated with greater risk of myocardial infarction among treated hypertensive men. Hypertension. 1995. Jun;25(6):1144-52.

16. SKOTT, P. et al. Effects of insulin on kidney function and sodium excretion in healthy subjects. Diabetologia. 1989.32, 694-699.

17. GARG, R. et al. Low-salt diet increases insulin resistance in healthy subjects. Metabolism.2011. 60, 965-968.

18. LEVIN, M. Bromide psychosis: four varieties. Am. J. Psych.1948. 104:798-804.

19. RAUWS, AG. Pharmacokinetics of bromine ion-an overview. Chem. Toxic. 1983. Vol. 21. n.1, 379.